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O simbolismo do útero, dos ovários e da vagina como fontes de saúde e de criação simbólica de vida

Falar do simbolismo do útero, dos ovários e da vagina, e a respetiva ligação com o resgate do sagrado feminino pode soar estranho. É natural, principalmente para a nossa sociedade ocidental, ainda presa a ideias fixas e limitadoras, que se têm perpetuado no nosso inconsciente durante gerações.

Como parte integrante dos órgãos pélvicos, estão a vagina, o útero e os ovários. Por estes órgãos vitais na mulher circulam e passam meridianos e canais energéticos potentes e muito importantes na nossa vitalidade física, emocional e energética. Este conceito é amplamente falado no tao, na medicina tradicional chinesa, no tantra, no yoga, e na fisioterapia, ainda que de forma mais convencional e técnica, sob a forma de imensas terminações nervosas e vasculares a circular por estas estruturas. O períneo ou pavimento pélvico, na fisioterapia, é um complexo muscular, ligamentar e nervoso muito importante na continência e na sexualidade. Muitas mulheres sofrem com problemas ginecológicos porque esta musculatura está um pouco esquecida e enfraquecida.

Simbolicamente e energeticamente, os ovários, dão origem aos nossos sonhos e projetos, através das sementes que lançamos como desejos profundos do nosso ser. O útero (ou matriz) é onde se aloja e crescem os nossos sonhos, projetos e criações, para dar frutos. É uma zona muito criativa. Não é por acaso que é considerada a zona de poder criativo da mulher.​

O corpo da mulher é a manifestação interna e externa dos seus ritmos orgânicos e emocionais. A mulher é, naturalmente, conectada com os ciclos e ritmos internos, com as luas, com as fases da ovulação, com a menstruação. Com a instauração do patriarcado, muitas mulheres afastaram-se da sua natureza cíclica e sensitiva, e deram lugar à energia excessivamente masculina.

Conheço cada vez mais casos de desarmonias hormonais, endócrinas, do ciclo menstrual, de quistos nos ovários, de endometriose, de cancro nos ovários, no útero, nas mamas, e de infertilidade. Os números não param de aumentar e são tristemente alarmantes.

Estes números querem comunicar com imensas mulheres como mensagens para o seu íntimo, de que está bem e é maravilhoso ser conquistadora, triunfante e trabalhadora, mas que não se pode esquecer que o seu núcleo/matriz é feminino, é yin, é emoção, é sensibilidade, é intuição, é alegria, é leveza, é inspiração. É preciso saber descansar e respeitar os níveis de energias, é preciso saber parar para celebrar, é preciso limpar, curar a energia do nosso útero, dos nossos ovários e fazer circular, pelos nossos órgãos, energia vital para que o corpo receba nutrição (além das formas convencionais de obtenção de energia, como a alimentação).

Resgatar o sagrado feminino e curar as feridas do sagrado masculino é imperativo na nossa sociedade.

O que é que tens feito por ti? Tens dado à luz os teus sonhos, o que tu realmente queres? Tens parido os projetos que geraste na tua energia, ou tens-te autosabotado num círculo vicioso de abortos sucessivos da tua vontade interna?

Vale a pena pensar nisto. Sem drama. Com verdade. Com amor. Com intenção de mudança,

para melhor.

Até ao próximo post,

Flor

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